TORCIDAS PAULISTAS TROCAM DE PAPÉIS

De 2012 para cá, dá para se chegar a uma conclusão, no mínimo estranha: hoje em dia o torcedor são-paulino “virou” palmeirense, o torcedor palmeirense “virou” corintiano e o torcedor corintiano “virou” são-paulino. Isso pode se explicar pelo novo comportamento de mercado das torcidas citadas, claramente influenciada pelas últimas ações de suas diretorias.

Vejamos primeiramente o exemplo palmeirense. Acostumado com o rótulo “Academia” e o perfil crítico de sua torcida, o torcedor verde nos últimos anos tem vivido “experiências tipicamente alvinegras”: Times sofridos, desprovidos de técnica, porém com uma garra além do normal. Isso influi no comportamento de sua torcida. Antes “corneteira”, hoje em dia é a torcida do Palmeiras que empurra o time, e não o contrário. É só ver a Copa do Brasil conquistada e o desempenho dessa Libertadores.

Já o Corinthians, sempre atrelado com a força da torcida, hoje em dia anda contabilizando títulos. Municiado com uma bela administração e, em consequência com ótimos elencos, o clube hoje em dia pode até negar, mas não sobrevive mais do apoio de sua torcida dentro de campo. Os torcedores por sua vez não passeiam mais pelo CT pedindo cabeça de jogadores e técnico. A gestão se assemelha a uma de primeiro mundo. E age como tal. A torcida torce, mas só faz o papel dela, que é de torcer.

Por fim, o São Paulo. Acostumado com grandes títulos, liderança no cenário, times coesos e tranquilidade para trabalhar, hoje o clube experimenta a revolta de boa parte de sua torcida, na porta do CT e principalmente nas redes sociais. Não dá para negar que hoje viramos uma torcida de corneteiros, bem ao estilo “amendoim” palestrino de tempos atrás. Tudo isso somado a gente pedindo cabeça de jogador e dirigente nos dão impressão de viver uma “nova e indigesta era”. Muitas vezes confundimos tradição com momento. Reflexo da situação dentro de campo.

Os papéis invertidos também mudaram a maior rivalidade da cidade. Historicamente São Paulo e Palmeiras sempre se ‘odiaram’ por causa da troca de nome Palestra/Palmeiras e a tentativa de tomada do Parque Antártica (tudo isso suposições e nem quero entrar nesse mérito aqui). Hoje em dia Corinthians e São Paulo ostentam a maior rivalidade da cidade. E curiosamente com o tema “estádio” no centro das atenções. Com a manobra federal e da FIFA em construir o Itaquerão, os nervos se exaltaram nos últimos anos. Trocas de farpa pública faziam parte das duas administrações.

Nada é definitivo: Basta uma crise, uma boa campanha ou uma jogada de mestre no marketing (por que não?) pode fazer as coisas se misturarem novamente. Vamos ver até onde isso vai dar...

E você, concorda?

Fonte: Blog Daniel Perrone

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