BRASIL VENCE FÁCIL A ALEMANHA

Desta vez, não era amistoso. O Brasil entrou em quadra nesta quarta-feira para enfrentar a Alemanha e jogou para um passado remoto os dois tropeços na semana anterior ao Mundial. Com a vaga na semifinal em jogo, o cenário foi outro. Concentrada do início ao fim, a seleção de Bernardinho tratou de emplacar um 3 a 0, com parciais de 25/17, 25/20 e 25/19. E a partir de agora é que não vai ser amistoso mesmo. A não ser que haja uma zebra no jogo desta tarde, o adversário dos brasileiros na semi de sábado será a Itália, num choque para sair faísca valendo vaga na grande decisão.

Para avançar às semis, os italianos só precisam bater a França, às 14h. O duelo de sábado, se confirmado, transborda rivalidade. Como se não bastassem os títulos mundiais dos dois lados da quadra, os brasileiros reclamaram muito do regulamento “favorável” aos donos da casa, enquanto os italianos criticaram a polêmica derrota verde-amarela para a Bulgária. Ainda que a anfitriã não avance, a pedreira se mantém: o adversário será a seleção dos Estados Unidos, algoz dos brasileiros na final olímpica de Pequim.

Antes do Mundial, o Brasil disputou três amistosos contra os alemães e perdeu dois. Desta vez, contudo, não houve fuso horário ou cansaço que atrapalhasse. Com boas atuações de Murilo e Leandro Vissotto, a equipe dominou o jogo do início ao fim, sem dar chance para os rivais.

- O time jogou bem taticamente, botando pressão, cometeu alguns erros. Foi bom encontrar um Vissoto mais participativo. Defendeu, largou bola, foi bem. Ele é interativo o tempo todo e forte no saque. O time como um todo teve altos e baixo, até porque eram quartas de final, tudo o que a gente viveu, mas foi bom. O Brasil se impôs e controlou o jogo contra uma forte Alemanha – avaliou Bernardinho, em entrevista ao SporTV após a partida.

Vissotto recebeu de Bruninho o primeiro ataque da partida. Jogou para fora, mas depois se redimiu com uma paralela. Em dois erros seguidos de ataque da Alemanha, o Brasil abriu 3/1. Os vacilos persistiam no lado alemão, enquanto a seleção brasileira tentava deslanchar no placar. O gigante de 2,12m tinha uma torcida especial. Um grupo de quatro torcedores gritava por Vissotto, que correspondeu com dois bons saques, atrapalhando a recepção alemã.

O Brasil foi à primeira parada técnica obrigatória com 8/4. Quando o marcador apontava 10/5, o técnico Raul Lozano pediu tempo para acertar o time alemão. Não deu certo. Perdendo por 12/6, tirou um dos seus melhores jogadores, o ponteiro Kromm, para a entrada de Kaliberda. Na segunda parada, a seleção já tinha 16/9. No retorno à quadra, Bernardinho fez a inversão de 5-1, colocando Marlon e Theo no lugar de Vissotto e Bruninho.

Um bloqueio de Murilo, que tem sido o nome do Brasil no Mundial, abriu ainda mais o placar: 19/11. Com 20/14, o técnico brasileiro desfez a inversão e, nos 23/16, Lozano voltou com Kromm. Mas já era tarde, seu time já tinha errado demais. E justamente de um vacilo alemão veio o ponto do set: 25/17.

A Alemanha continuou cometendo erros, para desespero do seu treinador. Raul Lozano fez várias substituições para colocar sua seleção no jogo, mas o máximo que conseguiu foi manter a diferença no placar em dois e três pontos. Na primeira parada técnica, o Brasil tinha 8/6, e na segunda, 16/14. O 17º ponto brasileiro surgiu de um belo rali. As equipes defendiam os ataques e devolviam a bola. Mas Rodrigão definiu quando parou Grozer.

O Brasil abriu depois de mais um vacilo do levantador Steuerwald, que cometeu dois toques. Um ace de Murilo fez Lozano parar o jogo. Os alemães esboçaram uma reação, mas Bernardinho fez a inversão de 5-1 que decidiu para o Brasil. Marlon sacou flutuante e dificultou a recepção do rival, que atacou para fora. Um golpe de vista de Theo encerrou o segundo set em 25/20.

O terceiro set teve um início semelhante aos anteriores. A Alemanha ainda errava, e Lozano já não sabia mais quem colocar em quadra. O Brasil, por sua vez, seguia com Murilo virando todas as bolas. Vissotto, que não tinha se apresentado bem contra a República Tcheca, desta vez correspondeu às expectativas. No retorno da parada técnica, um toque na rede do experiente Rodrigão irritou Bernardinho. O técnico, vendo o marcador apontar 11/9, esbravejou com o central, que se desculpou com um sinal de positivo.

Líder das estatísticas, o líbero Tille não conseguia pegar os ataques dos brasileiros. No 13º ponto da seleção verde-amarela, ele se irritou e bateu a mão três vezes no chão. A diferença, neste momento, era de três pontos. O 20º ponto brasileiro veio num ace de Bruninho, que vibrou muito. Bernardinho, sentado no banco de reservas, também comemorou. Com 23/20, o técnico fez novamente a inversão, mas o ponto que classificou o Brasil à semifinal saiu de Lucão. O central atacou e marcou 25/19, garantindo a vaga na semifinal.

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