ESPANHA QUEBRA SEQUÊNCIA DE 163 VITÓRIAS DO BRASIL E SAGRA-SE CAMPEÃ

A festa no ginásio Newton de Faria estava pronta para o sexto título do Brasil no Grand Prix, mas esqueceram de avisar isso para a forte equipe da Espanha. Com um futsal de alto nível e marcação incansável, a Fúria aproveitou os contra-ataques e derrotou a Seleção Brasileira por 2 a 1, conquistando o título da competição. Para coroar a boa fase, o time espanhol botou fim a invencibilidade da equipe brasileira de 163 jogos e agora segue sem saber o que é perder a 83 partidas. Os gols do jogo foram marcados pelo ala Rafa Usín e o fixo Ortiz. Fernandinho descontou para a equipe verde-amarela. O craque Falcão, que buscava o gol de número 300, passou em branco.

O Brasil entrou em quadra com o goleiro Tiago, os alas Gabriel e Vinícius, o fixo Ciço e o pivô Wilde. Depois de três jogos fora por conta de lesão na panturrilha esquerda, o ala Falcão iniciou o duelo no banco de reservas. A Espanha foi para a final com o goleiro Amado, os alas Pola e Borja, o fixo Kike e o pivô Álvaro.

Com a bola rolando, as duas equipes começaram o jogo em clima de tensão, como era de se esperar em um clássico de tanta rivalidade. O Brasil buscou o toque de bola e a movimentação rápida em quadra, enquanto a Espanha apertou forte na marcação para tentar sair nos contra-ataques. Com o jogo amarrado, a torcida verde-amarela passou a gritar o nome do craque Falcão com menos de três minutos de partida.

No minuto seguinte, o técnico Marcos Sorato atendeu aos pedidos e trocou o quarteto, colocando os alas Ari, Rafael, Fernandinho e Falcão, para delírio da torcida. Em seu primeiro toque na bola, Falcão arriscou a jogada pela esquerda, mas acabou fazendo a falta, para irritação do público no ginásio.

Mas foi a Espanha a primeira a marcar, aos cinco minutos. Depois da roubada de bola, o pivô Alemão tocou na medida para o ala Rafa Usín, livre, pegar de canhota no cantinho e abrir o placar para a Fúria. Silêncio no ginásio e comemoração no banco espanhol. O Brasil tentou reagir aos oito minutos, mas Ari chutou em cima do goleiro Amado. Na sequência, o ala espanhol Lin arriscou de fora da área e obrigou o goleiro Tiago a fazer grande defesa.

Aos nove, Falcão arrancou pela esquerda, levou a bola para o meio e chutou rasteiro para defesa de Amado. No minuto seguinte, a Fúria quase ampliou, após toque no travessão do ala Borja. Aos 10, Vinícius foi derrubado perto da área por Kike e o fixo levou cartão amarelo no lance. Na cobrança ensaiada, Ari bateu colocado à esquerda do goleiro.

Em vantagem no placar, a Espanha começou a jogar no erro da Seleção canarinho, que sentia dificuldades em trabalhar a posse de bola e acertar o último passe. Aos 13, Falcão voltou à quadra e a torcida fez até ‘ola’ para saudar a entrada do craque. Mas o espanhol Rafa Usín havia entrado ligado no jogo. Aos 13, o ala arrancou pelo meio e chutou forte no cantinho para outra bela defesa de Tiago.

Aos 14, Fernandinho completou chute cruzado e obrigou o arqueiro espanhol a desviar para escanteio. Um minuto depois, Falcão foi lançado na área e se chocou com o goleiro. O árbitro marcou a infração, assinalando 'pé-alto' de Amado na jogada. Na cobrança, o Brasil não teve calma e Vinícius acabou errando a finalização.

Um minuto depois, o segundo gol espanhol. No contra-ataque, Ortiz surpreendeu o goleiro Tiago e tocou por cobertura quase do meio da quadra e marcou um golaço: 2 a 0. A equipe brasileira ainda tentou diminuir a diferença na etapa inicial, mas esbarrou na boa marcação da Fúria.

Brasil marca, pressiona, mas Espanha segura o resultado

Na etapa final, o Brasil voltou com Vinícius, Carlinhos, Gabriel e o veterano Vander Carioca. E a primeira chance veio logo no primeiro minuto. Carlinhos arrancou pela esquerda e chutou cruzado rente à trave espanhola. Aos três, Vander girou na área e rolou a bola para Vinícius, que chutou forte na trave.

Com a torcida pedindo a entrada de Falcão, não restou outra alternativa ao técnico Marcos Sorato senão atender aos gritos vindos da arquibancada. O ala entrou em quadra aos cinco minutos e logo em seu primeiro lance na etapa final sofreu falta dura após lindo drible. Atrás no placar, o Brasil partiu com tudo para cima do adversário e tentou de várias formas furar o bloqueio defensivo da Fúria. Aos seis, Rafael carregou a bola pelo meio e chutou à esquerda do goleiro. Aos sete, a pressão, enfim, surtiu efeito. Fernandinho recebeu na direita, carregou pelo meio e soltou a bomba para diminuir.

O gol inflamou a torcida e a temperatura dentro de quadra aumentou ainda mais. Falcão dominou pela esquerda e chutou cruzado, obrigando Amado a fazer outra boa defesa. No lance seguinte, Fernandinho dividiu bola na área e pediu o pênalti, mas foi ignorado pela arbitragem. Aos dez, a Seleção fez linda troca de passes e Carlinhos finalizou tirando tinta da trave. Na seqüência, Ortiz quase marca de novo ao completar de carrinho para fora. A pressão verde-amarela obrigou a Fúria a recuar para a sua faixa de quadra e explorar novamente os contra-ataques. Aos 13, Carlinhos pegou forte no cantinho após cobrança de escanteio e Amado salvou com o pé direito. Perto do fim da partida, o duelo ganhou contornos dramáticos. Em jogada rápida, Ari dominou no peito e chutou para defesa de Amado, mas no rebote Fernandinho bateu por cima.

O mesmo Fernandinho teve perto de marca em lance incrível, aos 16. O ala recebeu na direita, girou e chutou em cima de Borja, que desviou quase fazendo contra. Faltando três minutos, Sorato decidiu arriscar tudo, abriu mão de Tiago e colocou Falcão como goleiro-linha. A partir daí, o jogo virou um autêntico ataque contra defesa, com enorme pressão brasileira. Mas a Fúria mostrou que tinha nervos de aço e conseguiu segurar o resultado e ficar com o título do Grand Prix de 2010. Festa espanhola na quadra.

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