LUCAS MARCA NO FIM E DÁ OS 3 PONTOS AO SÃO PAULO NO MORUMBI
A partida parecia definida. O resultado até poderia ser classificado como injusto, afinal um apático São Paulo no primeiro tempo cresceu na etapa complementar, criou chances e chegou a acertar a trave do Figueirense por duas vezes. Até que, aos 47, o garoto Lucas resolveu chamar a responsabilidade e, em jogada individual, acertou um chute de fora da área e venceu o goleiro Wilson: 1 a 0 e festa dos 9.931 pagantes que sofreram diante de um frio de 12ºC na noite deste sábado, no Morumbi.
Com o resultado, a equipe comandada por Paulo César Carpegiani grudou no Atlético-MG, que bateu o Avaí por 3 a 1, na liderança do Campeonato Brasileiro, ambos com seis pontos. A equipe mineira leva vantagem no saldo de gols (cinco a três). Já o Figueirense, que vinha de vitória sobre o Cruzeiro, permaneceu com três pontos e vai dormir na nona colocação.
Pela terceira rodada do Nacional, os times voltarão a campo em dias diferentes. O Figueirense, no próximo sábado, receberá a visita do Atlético-GO, no Orlando Scarpelli. O São Paulo, por sua vez, jogará apenas na quarta-feira, dia 8 de junho, contra o Atlético-MG, em Sete Lagoas.
Após a vitória na estreia sobre o Fluminense por 2 a 0, Paulo César Carpegiani mexeu no São Paulo, abdicando do esquema com quatro volantes, para colocar mais um homem de ataque (Fernandinho). Do lado catarinense, a estratégia de Jorginho era segurar no início, povoar o meio-campo para, com o passar do tempo, surpreender em um contra-ataque.
Apesar do maior volume de jogo, o São Paulo tinha claras dificuldades para criar. Havia um claro buraco no meio-campo. Isso porque havia o bloco dos defensores e o dos atacantes. Não havia uma peça que parasse, pensasse e distribuísse o jogo. Lucas, apagado, ficou aberto pela direita, Fernandinho, pela esquerda, e Dagoberto atuou mais centralizado. Casemiro e Carlinhos Paraíba, que tentaram fazer essa função de meia, abusaram dos erros de passes. Já Wellington, importantíssimo na marcação sobre Conca em São Januário, não tinha função em campo, já que o Figueirense pouco levava perigo.
Com exceção de um lance de Fernandinho, no começo da partida, a equipe da casa limitou-se a arriscar chutes de fora da área, o que irritou o seu torcedor que, a partir dos 30, começou a pedir a entrada de Rivaldo. Do lado adversário, a estratégia começava a dar resultado. O Tricolor, pressionado, subia sem organização e deixava espaço em suas pontas. Se o time catarinense atuasse com mais rapidez, certamente levaria mais perigo. Na melhor chance de gol da primeira etapa, Ceni evitou gol de Wellington Nem em cobrança de falta.
Irritado com o desempenho do time, Carpegiani fez duas alterações no intervalo. Para ter uma cabeça pensante no meio, pôs Rivaldo na vaga de Fernandinho e adiantou Lucas para o ataque. Depois, sacou o apagadíssimo Juan para colocar o garoto Henrique Miranda, mais uma cria das categorias de base do CT de Cotia. No seu primeiro lance, o veterano camisa 10 deixou Casemiro na cara do gol, mas o volante não conseguiu dominar a bola.
A jogada, no entanto, foi apenas um lampejo. Mudaram as peças, o jeito de o time atuar, mas a falta de inspiração persistia. A ponto do goleiro e capitão Rogério Ceni, aos 11, deixar a sua meta para dar uma grande bronca no lateral Jean, que, segundo o goleiro, não estava se apresentando para o jogo. Logo as vaias surgiram novamente. Do lado do Figueirense, Jorginho tentou fazer o time ser um pouco mais ousado com as entradas de Rhayner e Coutinho nas vagas de Aloísio e Wellington Nem.
Aos 20, Carpegiani fez sua última mexida, com Marlos na vaga de Carlinhos Paraíba. Nova mudança tática. Rivaldo passou a atuar mais recuado, e o time voltou a jogar como no primeiro tempo, com Lucas fazendo a função de Fernadinho na esquerda, e Marlos jogando na direita, onde o camisa 7 atuou nos primeiros 45 minutos. Finalmente, a equipe acordou. Em cinco minutos, acertou duas vezes a trave esquerda de Wilson. A primeira com Casemiro, de cabeça, e a segunda com Marlos, em chute cruzado. Lucas só não fez um golaço porque Wilson fez grande defesa. Aos 47, no entanto, não teve jeito e a joia tricolor, em chute de fora da área, garantiu a importante vitória do Tricolor, com uma sutil colaboração do goleiro do Figueira.
Comentários
Postar um comentário