MURICY MEXE BEM E ACABA COM O SÃO PAULO DE CARPEGIANI

O Santos é o primeiro finalista do Campeonato Paulista. Jogando com sua força máxima e contando com mais qualidade técnica do que o São Paulo, o Peixe soube suportar a pressão do adversário, que teve muita correria e pouca criatividade, e, contando com uma ótima alteração de Muricy Ramalho no intervalo, venceu com justiça por 2 a 0, gols marcados por Elano e Ganso, no Morumbi.

Foi a sexta vitória alvinegra sobre o rival nos últimos sete jogos. O time da Baixada Santista agora espera o vencedor do duelo entre Corinthians e Palmeiras, que se enfrentam neste domingo, às 16h, no Pacaembu. Já o Tricolor, que terá a Copa do Brasil pela frente, amarga a quinta eliminação consecutiva em uma semifinal de estadual.

Primeiro tempo disputado. Tricolor termina melhor

Para explicar o que aconteceu em campo, pode-se dividir o primeiro tempo em três partes. A primeira, que durou até os 15 minutos, teve os dois times jogando em alta velocidade, buscando o ataque e deixando espaços defensivos. No Tricolor, Paulo César Carpegiani mudou o esquema tático. Em vez do tradicional 3-5-2, o time foi postado com duas linhas de quatro, com Xandão fazendo o papel de falso lateral pela direita. No Peixe, apesar da proximidade do jogo de terça-feira, contra o América, no México, pela Libertadores, Muricy Ramalho não quis saber de poupar e mandou força máxima a campo.

Os dois primeiros lances de perigo surgiram através de falhas individuais. O Santos chegou aos dois minutos com Neymar, que aproveitou erro infantil de Alex Silva na área e bateu no canto esquerdo de Rogério Ceni. O goleiro espalmou a bola, que ainda bateu na sua trave direita. Aos cinco, foi a vez de Danilo falhar na saída de bola. Dagoberto fez belo passe para Marlos, que invadiu a área e foi travado por Durval no momento do chute.

O São Paulo apostava na movimentação constante dos seus homens de frente, mas faltava uma peça para pensar o jogo. Marlos, apesar de ter vontade, errava muitos passes. Como a bola não chegava, Dagoberto tinha de recuar para buscar o jogo. Ilsinho parava na marcação de Léo, enquanto Juan era acompanhado por Jonathan. Do lado do Peixe, Ganso não tinha liberdade para jogar, e Neymar, caindo pela esquerda, não conseguia criar lances de perigo, pois Xandão ficava parado no setor.

Com o passar do tempo, o jogo caiu de rendimento. E teve começo a segunda parte, em que o Santos foi melhor. Com mais qualidade técnica, valorizou a posse de bola e esperou o momento certo para atacar. Foi assim que, aos 18, Léo recebeu belo passe de Ganso, invadiu a área e, de pé esquerdo, obrigou Rogério Ceni a fazer bela defesa. Aos 27, Léo desceu pela esquerda e cruzou na medida para Elano, que, ao tentar bater de primeira, furou e foi vaiado.

Nos últimos 15 minutos, quem deu as cartas foi o São Paulo, que voltou a acelerar o ritmo e conseguiu superar a marcação. Aos 31, Dagoberto fez bela jogada individual, driblou dois e, de pé esquerdo, exigiu importante defesa de Rafael. No minuto seguinte, após saída errada de Danilo, novo chute do camisa 25 e novo trabalho do goleiro do Peixe, que deu rebote. Ilsinho chutou, e o camisa 1 santista brilhou novamente. Aos 34, Marlos deu passe açucarado para Jean, que chutou por cima do gol. No último lance de perigo do primeiro tempo, Ilsinho ficou com a sobra da defesa do Peixe, após cruzamento de Juan, e chutou por cima do gol, com perigo.

No intervalo, Muricy, que tem uma história vitoriosa no São Paulo, principalmente por causa da conquista de três títulos brasileiros, foi homenageado pela torcida tricolor, que gritou seu nome. Ele acenou, devolvendo o carinho, e comentou:

- Isso não tem preço.



Muricy mexe bem, e Santos passeia em campo

Preocupado com o avanço do São Paulo na etapa inicial, Muricy Ramalho resolveu mexer no Peixe. Ele sacou o inoperante Zé Eduardo para colocar o zagueiro Bruno Aguiar. Com isso, o time passou a atuar no 3-5-2, e Ganso e Elano adiantaram seus posicionamentos. A mudança fez muito bem ao Santos, que começou o segundo tempo dominando as ações. Aos quatro, Jonathan foi lançado dentro da área, mas Juan, na hora H, evitou o arremate do lateral. Logo depois, Léo desceu e bateu cruzado para Neymar, que não alcançou a bola.

O crescimento do Alvinegro se refletiu no marcador aos 15 e justamente no setor que Muricy Ramalho arrumou. Após falta de Miranda no meio-campo, o Peixe cobrou rápido e a bola foi lançada para Ganso pela esquerda. Com liberdade, o camisa 10 cruzou na cabeça de Elano, que, sozinho na pequena área, concluiu no contrapé de Rogério Ceni. Festa santista no Morumbi: 1 a 0.

Em desvantagem, Carpegiani partiu para o tudo ou nada. Sacou Casemiro, que estava pendurado com um cartão amarelo, e escalou Fernandão. Depois, sacou Marlos e colocou Rivaldo. Escancarado, o São Paulo não esboçou reação e ainda deixou o contra-ataque à disposição do Peixe. E foi assim que, aos 27, a dupla infernal da Vila Belmiro entrou em ação. Neymar escapou pelo meio, fugiu de Xandão, invadiu a área e, com um toque genial, recuou para Ganso, que bateu de pé esquerdo, sem chance para Rogério Ceni: 2 a 0.

Com o placar definido, veio a preocupação para Muricy Ramalho: Léo e Elano sentiram lesão e deixaram o gramado para as entradas de Alex Sandro e Adriano. O São Paulo seguiu lutando até o fim, mas criou uma única chance, aos 34, após cruzamento de Dagoberto, que Rafael espalmou. Na sobra, Miranda bateu e Edu Dracena salvou o gol. No mais, o Peixe valorizou a posse de bola até o final, enquanto sua torcida gritou olé das arquibancadas. No fim, justa vitória de um time que teve inteligência e qualidade nos momentos cruciais.

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