BRASIL JOGA BEM E ATROPELA A POLÔNIA EM ANCONA
Para quem precisava recuperar a confiança após a derrota para Cuba, a trilha sonora caiu do céu. Nesta quinta-feira, a seleção brasileira entrou na quadra do Palarossini, na cidade italiana de Ancona, ao som do refrão “Parapapapa”, rap que ficou famoso no filme “Tropa de Elite”. E quem pagou o pato foi a Polônia. Na abertura da segunda fase, o Brasil começou o jogo com a faca nos dentes, abriu o set inicial com 7/1 e não olhou mais para trás. Vitória incontestável por 3 a 0 (25/16, 25/20 e 25/20) e meio caminho andado para avançar à terceira etapa do Mundial de vôlei. A seleção de Bernardinho folga na sexta-feira e volta à quadra no sábado, também às 16h (de Brasília), para enfrentar a Bulgária.
Leandro Vissotto abriu o placar para o Brasil com uma cravada indefensável, mas quis mostrar logo que o ataque não era sua única arma. No lance seguinte, cresceu no bloqueio e fez 2/0. Murilo, no saque, quebrou a recepção polonesa e ampliou o marcador. O primeiro ponto europeu saiu num erro do Brasil, e ficou por aí. Quando o placar já apontava 5/1, o técnico Daniel Castellani pediu tempo. No retorno, o Brasil ampliou para 7/1, sem dar chance alguma para os poloneses, que foram para a primeira parada obrigatória nocauteados com um 8/2.
Entrosada, a tropa de Bernardinho jogava bonito, com todo mundo se apresentando bem. No embalo da torcida, que gritava o tempo todo, a seleção europeia ainda reagiu e reduziu o placar para 13/8. Foi a vez de o técnico brasileiro parar o jogo e fazer a equipe verde-amarela embalar novamente. Um ace de Murilo levou o Brasil à segunda parada com 16/9, e a diferença só fez aumentar. Os tiros pelas pontas eram certeiros, assim como as bolas de fundo. Foi um vacilo polonês que encerrou o set: 25/16, sem sustos.Mesmo com o atropelamento, a torcida polonesa não parou de incentivar a sua seleção. Cantava o nome do país sem parar. E a equipe entrou no clima. Apertou no início da segunda parcial e manteve um equilíbrio que foi até Vissotto marcar 9/8 virando uma bola pela saída de rede e fazendo Bernardinho vibrar. Ao lado das muletas, frutos de uma cirurgia no tendão de Aquiles do pé esquerdo, o técnico ergueu os braços no banco de reservas.
Os atiradores brasileiros continuavam certeiros. Quando não era Vissotto, era Murilo. Quando não era Murilo, era Dante. Bruninho variava bem as jogadas e fazia a vantagem crescer. Um saque de Murilo escorregou pelas mãos de Winiarski, e a equipe verde-amarela abriu com 23/18. Foi o ponteiro, aliás, que fechou a segunda parcial. Após um lindo levantamento, ele cravou 25/20 atacando pelo fundo.
Logo no segundo ponto do terceiro set, o clima esquentou. Sentindo que o jogo ia escapando, os poloneses endureceram após uma marcação do juiz turco Umit Sokullu. Foram discutir na rede, mas nada adiantou. Murilo, capitão em quadra, foi cumprimentar o líder Zagumny. A tensão acabou, e a seleção brasileira continuou voando.
Com um saque potente, o Brasil colocou cinco pontos de vantagem. Quando o placar apontava 12/7, Castellani parou o jogo para conversar com seus jogadores. Não contava, no entanto, que Vissotto devolvesse uma bola na cabeça do seu principal atleta, o ponteiro Kurek, após um bloqueio. Pela saída, pela entrada ou pelo meio de rede, Bruninho sempre tinha para onde mirar com segurança. A seleção abriu 20/14 e a torcida polonesa parou de cantar. Aos poucos, o som da minoria ecoou. Era vez de os brasileiros gritarem no Palarossini. Com 25/20, a tropa fechou um jogo quase perfeito e já elegeu o novo alvo: no sábado, às 16h, a Bulgária que se cuide.
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